Nesta segunda-feira (01), a greve dos servidores técnico-administrativos (TAEs) da Universidade Federal de Ouro Preto completou uma semana com forte adesão. Os trabalhadores marcaram a data com uma aassembleia geral que bloqueou novamente as entradas da UFOP, campus Morro do Cruzeiro. Foi permitido o acesso ao campus apenas para pedestres, impedindo a entrada de veículos. A mesma ação ocorreu no dia 25/03, dia da deflagração da greve.

Foto: ASSUFOP

A UFOP se juntou a outras 63 instituições federais de ensino, incluindo 59 universidades e 29 institutos federais cujos servidores TAE’s estão paralisados. O objetivo central do movimento grevista é pressionar o governo federal em busca da recomposição salarial dos servidores técnico-administrativos em educação para o ano de 2024, bem como pela reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE).

Os servidores federais da educação enfrentam uma situação desafiadora, pois não têm uma data-base definida por lei. Na última reunião da Federação que representa os técnico-administrativos em educação (FASUBRA) com o governo, ocorrida em 28 de fevereiro, o Executivo reiterou sua política de reajuste zero para a categoria em 2024, o que não condiz com a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos (total de 34,32%). Ressalta-se que os trabalhadores TAE’s possuem a menor remuneração do serviço público federal e enfrentaram um congelamento salarial durante os dois anos do governo de Michel Temer e ao longo de todo o período do governo de Jair Bolsonaro.

Portaria Principal da UFOP bloqueada nesta segunda-feira (01) para o acesso de veículos (Foto: ASSUFOP)

Além disso, o movimento paredista também luta por um orçamento digno para as Universidades e Institutos Federais. As Instituições Federais de Ensino enfrentam déficits orçamentários nunca antes vistos, além da significativa perda de técnico-administrativos. Somente na UFOP, nos últimos sete anos, cerca de 200 técnicos-administrativos pediram exoneração ou se aposentaram, reflexo de uma carreira obsoleta, desatualizada e que possui a remuneração mais baixa do serviço público federal. A greve surge como resposta necessária a essa realidade alarmante.

O início da greve dos trabalhadores técnico-administrativos coincidiu com o retorno das aulas da UFOP. Por meio de uma nota de boas-vindas aos alunos para o início do calendário escolar, a instituição falou a respeito da situação. “A paralisação de servidores técnico-administrativos em várias instituições de ensino superior federais do país, incluindo a UFOP, apresenta desafios adicionais. Reiteramos que a pauta é justa […]. Sabemos, contudo, que uma greve gera dificuldades operacionais que podem afetar diretamente o funcionamento das universidades, sendo essencial, portanto, um esforço por parte do governo federal para atender às reivindicações. É fundamental reconhecer a singularidade deste momento e abordá-lo com paciência e diálogo para navegarmos por ele da melhor forma possível”, diz a nota.

Indicativo de greve docente a partir de 15 de abril

O Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN aprovou o indicativo de greve docente das universidades federais, institutos federais e Cefets da base do Sindicato Nacional para 15 de abril. Essa decisão foi tomada com base nos resultados das assembleias realizadas nas seções sindicais. É importante destacar que o SINASEFE, sindicato nacional que representa os docentes e técnicos-administrativos dos Institutos Federais, aprovou o indicativo de greve a partir do dia 3 de abril.

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