Deflagração da greve: TAEs da UFOP fecham portarias do campus Morro do Cruzeiro
Os servidores técnicos-administrativos da UFOP iniciaram sua greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (25/03), bloqueando as entradas do campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto-MG, com faixas de protesto. Esta ação, que inaugurou a mobilização, permitiu o acesso ao campus apenas para pedestres, barrando a entrada de veículos. Além dos próprios servidores, membros da Adufop e do DCE UFOP também estiveram presentes apoiando o movimento paredista.
A UFOP agora se junta a outras 63 instituições de ensino, incluindo 59 universidades federais e 4 Institutos federais, onde os técnicos-administrativos estão em greve por tempo indeterminado. A decisão de aderir à greve nacional foi tomada em assembleia realizada em 11 de março. O principal objetivo do movimento é pressionar o governo federal para que haja uma recomposição salarial dos servidores técnico-administrativos em educação para o ano de 2024, bem como a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) e a recomposição orçamentária das universidades e institutos federais.
Os servidores federais enfrentam uma situação desafiadora, pois não têm uma data-base definida por lei. Na última reunião da Federação que representa os técnico-administrativos em educação (FASUBRA) com o governo, ocorrida em 28 de fevereiro, o Executivo reiterou sua política de reajuste zero para a categoria em 2024, o que não condiz com a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos (total de 34,32%). Ressalta-se que os trabalhadores TAE’s possuem a menor remuneração do serviço público federal e enfrentaram um congelamento salarial durante os dois anos do governo de Michel Temer e ao longo de todo o período do governo de Jair Bolsonaro.
Além disso, o movimento paredista também luta por um orçamento digno para as Universidades e Institutos Federais. As Instituições Federais de Ensino enfrentam déficits orçamentários nunca antes vistos, além da significativa perda de técnico-administrativos. Somente na UFOP, nos últimos sete anos, cerca de 200 técnicos-administrativos pediram exoneração ou se aposentaram, reflexo de uma carreira obsoleta, desatualizada e que possui a remuneração mais baixa do serviço público federal. A greve surge como resposta necessária a essa realidade alarmante.
É importante destacar que o SINASEFE, sindicato nacional que representa os docentes e técnicos-administrativos dos Institutos Federais, aprovou o indicativo de greve a partir do dia 3 de abril. Enquanto isso, o ANDES, sindicato nacional que representa os docentes das universidades federais, deliberou pelo indicativo de greve a partir do dia 15 de abril.
O Comando Local de Greve está elaborando uma agenda de mobilização para os próximos dias. Para acompanhar as ações do movimento grevista, você pode acessar o site dedicado exclusivamente aos assuntos relacionados à greve dos técnicos-administrativos da UFOP: www.greve.assufop.com.br, e também seguir as atualizações no Instagram: www.instagram.com.br/sindicato_assufop. Baixe o material de mobilização no link: https://greve.assufop.com.br/midias/
Para entrar em contato com o Comando Local de Greve, você pode enviar um e-mail para comandodegreve@assufop.com.br ou visitar pessoalmente a sede do Sindicato ASSUFOP, localizada na rua Diogo de Vasconcelos, nº 408, Estação – Ouro Preto.
Veja abaixo os Eixos da Greve dos TAE’s:
Eixo Específico
– Reestruturação do PCCTAE com orçamento necessário – incluindo a recomposição salarial.
Eixo geral
- Revogação da IN /2023 que impede direito de greve;
- Reestruturação do PCCTAE com orçamento necessário;
- Recomposição orçamentária das instituições;
- 30 horas para todos;
- Não ao ponto Eletrônico;
- Reposicionamento dos aposentados;
- Reposição do quadro, concurso já para todos os cargos;
- Deposição dos Reitores Interventores;
- Fim da lista Tríplice – Paridade nas eleições para a Reitoria;
- Normatização do artigo 76 da Lei 8.112/90 – horas fixas;
- Normatização do Plantão 12/60 nos HU;
- Contra a Reforma Administrativa;
- Revogação da Lei da EBSERH;
- Fim das normativas que dificultam o direito à insalubridade.
Por que entramos em greve?
O governo segue enrolando os servidores públicos federais da educação, reafirmando o reajuste de 0,0% para 2024 e desconsiderando a reestruturação da carreira dos técnico-administrativos em educação. Somos a carreira com menor remuneração do serviço público e a cada dia perdemos colegas de trabalho que pedem exoneração atrás de empregos mais atrativos. Entenda os motivos da nossa paralisação que já ocorre em todo país:
0% de reajuste para 2024
A Bancada sindical reivindicou um reajuste de 34,32%, dividido em três parcelas iguais de 10,34% a serem aplicadas em 2024, 2025 e 2026. Isso é essencial para compensar as perdas salariais dos TAE’s desde o governo Temer até o fim do governo Lula. Embora tenham sido aceitos alguns aumentos propostos pelo governo, como nos auxílios alimentação e saúde , esses não contemplam aposentados e pensionista.
Sem avanços na carreira
Após 5 meses de negociações, o governo ainda não apresentou propostas concretas para a carreira dos TAE’s. Essa inércia afeta profundamente os servidores, cujos salários são os mais baixos do serviço público federal. A falta de atualização na carreira tem levado a uma onda de exonerações, com servidores buscando oportunidades mais atrativas em outros setores.
Revogaço não ocorreu
O governo Lula não revogou as medidas que atacam os servidores implementadas pelo governo Bolsonaro, como a Instrução Normativa 54 que ataca o direito à greve. Além disso, a Reforma Administrativa (PEC 32), amplamente repudiada pelo governo, segue em tramitação no Congresso Nacional.
Confira abaixo as fotos da mobilização: